22 de abril de 2009

Antíteses

Gitâ
(Raul Seixas)

Às vezes você me pergunta
por que é que eu sou tão calado
não falo de amor quase nada
nem fico sorrindo ao seu lado
Você pensa em mim toda hora
me come me cospe me deixa
talvez você não entenda
mas hoje eu vou lhe mostrar
(...)
Eu sou o medo do fraco
a força da imaginação
o blefe do jogador
Eu sou, eu fui, eu vou
Eu sou o seu sacrifício
a placa de contra-mão
o sangue no olhar do vampiro
e as juras de maldição
(...)
Por que você me pergunta?
Perguntas não vão lhe mostrar
que eu sou feito da terra
do fogo da água e do ar
(...)
Das telhas eu sou o telhado
a pesca do pescador
a letra "A" tem meu nome
dos sonhos eu sou o amor
Eu sou a dona de casa
nos "peg-pagues" do mundo
Eu sou a mão do carrasco
sou raso, largo, profundo


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