Nós bebemos demais, gastamos sem critérios ou tampouco motivos, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, e mesmo assim não aprendemos. Lemos muito pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente. Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores e ainda queremos mais. Nós falamos demais, ouvimos de menos. Amamos raramente mas esquecemos rapidamente e odiamos freqüentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos. Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um velho amigo ou até mesmo um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio sempre invadimos o alheio. Fazemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.. Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, porém aprendemos menos. Planejamos mais, mas realizamos muito menos. Aprendemos a nos apressar e não a esperar. Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos. Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias. Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e caráter descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas "mágicas". Essa é era dos números, taxas e porcentagens. O homem grande contabiliza mortes, tragédias, roubos o homem grande contabiliza fracassos. Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.
É fácil pras pessoas acreditar que enquanto Barack e Mccain estão discutindo sobre qual seria a melhor cor de batom para seus porcos, lá no mesmo país está seu compatriota e nosso republicano preferido, GWB, enfiando nossa era pro espaço. Lá está aquele grandississimo ser humano procurando metáforas que expliquem a crise que vivemos. Lá está ele fazendo os últimos retoques na bomba da vez. E cá estamos nós, bebendo demais, dormindo demais, falando demais e esquecendo demais. E o nosso Brasil?
O Brasil está em condições melhores, nossa economia anda e nossos caixas tem um alto volume de reservas. Para nós, a situação vai começar a piorar se o preço das commodities cair. E até quando seremos uma país de commodities? O comércio exterior depende muito destes produtos. O país depende muito desses produtos. Se a demanda externa diminuir o preço das commodities vai cair. E a gente vai sifu! E assim de novo aparece a nossa fiel e companheira DEPENDÊNCIA. Que agora não mais se dá para com os americanos e sim com o chineses. Resta para nós brasileiros - que não desistimos nunca - esperarmos uma reação do mercado chinês. E preciso torcer pela nação olímpica. Mais medalhas virão? Resta saber se nós ganharemos algo com isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário